Apesar de tão esperada, a morte de Pelé nos traz aquela sensação de que as melhores coisas do Brasil vão embora sem que haja substitutos à altura. Essa foto foi tirada no início da década de 1960. Eu era um garotão e meu pai, Décio Marquezi, trabalhava numa empresa de louça sanitária chamada Hervy.
A essa altura, Pelé já enxergava longe o suficiente para ver que não ia viver de futebol para sempre. E investiu noutra empresa do mesmo ramo, que entrou num acordo com a Hervy para operações conjuntas. Fizeram essa festa supersimples de comemoração. Seu Décio está logo na frente do Rei nessa foto aí de cima: é esse calvo de bigode e sorriso irresistível.
Desse encontro ele me trouxe uma bola autografada pelo Pelé que ficou muitas décadas comigo. A gente formava um par de palmeirenses fanáticos. Mas nós dois sabíamos reconhecer a grandeza absoluta do camisa 10 do Santos e da Seleção brasileira - ainda que o Palmeiras tivesse um grande camisa 10 também, Ademir da Guia.
Essa noite faz parte da minha mitologia particular. Foi quando meu pai fez parte da corte do Rei Pelé, e tomou uma cervejinha com o maior jogador de futebol de todos os tempos. Descanse em paz, Pelé e obrigado por tudo. Inclusive por essa noite que deixou seu Décio tão feliz.
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